É nítida a observância de um avanço considerável em âmbito mundial de novas plataformas e tecnologias de informação, destacando-se entre elas a “cloud computing”, “Big data”, “social mídias” e todas as ferramentas de mobilidade (os gadgets) que permitem o acesso à internet e seus serviços em qualquer parte do mundo praticamente em todos os momentos da vida.
Exemplo disso é que nos próximos dias, a Payleven, empresa de mPOS (mobile point of sale), vai lançar a versão do seu aplicativo de pagamentos para dispositivos com o sistema iOS. Com ele, seus usuários poderão transformar seus iPhones em máquinas para receberem pagamentos com cartão de crédito. Segundo a empresa, uma pesquisa interna indicou que 15% da sua base demandava a versão para iOS. Além disso, smartphones e tablets com o sistema operacional da Apple respondem por 11,37% dos acessos ao site da payleven.
A empresa espera que até o final do ano o iOS represente 10% da sua base de usuários. Essas tendências nos dão sinais do que está para vir no futuro. Para 2015, podemos esperar mais pessoas conectadas e mais abrangência da web em todo o planeta, fruto da universalização dos serviços de telecomunicações – fato que permitirá maior conectividade ainda. Em um relatório do “Mobility Report”, da Ericson, foi divulgado que o número de linhas telefônicas de celular vai superar o da população mundial neste ano. A pesquisa vai além: diz que, até o final de 2019, o mundo terá cerca de 7,6 bilhões de assinaturas banda larga, o que pode gerar uma explosão do tráfego de dados.
Nunca se produziu e processou tantas informações na história da humanidade como nos dias atuais. E a tendência é um desenvolvimento maior ainda devido a expansão da capacidade de processamento dos smartphones, computadores, bem como do avanço da computação em nuvem, que permite o armazenamento de todos os conteúdos em um só lugar. Tudo que mencionei acima tem como motor propulsor a infinita ânsia do ser humano de transcender a sua realidade, produzir, ir além, superar-se.
No entanto, há um grande gargalo que precisa ser bem administrado. Me refiro ao desenvolvimento sustentável. Por que é um gargalo? A resposta é simples. Embora o desejo de superação do ser humano seja infinito, os recursos que materializam esse desejo são finitos e limitados. Vejamos. Tudo, seja um smartphone ou um data center da Google, precisa de energia elétrica para funcionar, certo? Toda essa demanda de energia que cresce exponencialmente como a web, que necessitará cada vez mais de energia. Com a escassez do petróleo, cujo o custo tende a ficar cada vez mais caro, não há outra fonte viável de energia para os próximos anos a não ser a energia renovável, obtida a partir de recursos naturais, como sol, ventos e marés.
Outro recurso natural de inestimável valor é o espectro radioelétrico, que como a maior parte dos recursos naturais é escasso, finito e não renovável. Caso não seja administrado com parcimônia e consciência pelos países, operadores de serviços de telecomunicações, toda a estrutura de serviços acima citadas tende a entrar em colapso devido a interferências prejudiciais, que na prática reduzem a qualidade do serviço ou o interrompem, tornando-o indisponível.
A solução para as questões acima levantadas passa por um esforço em conjunto de nações, universidades, empresas, sociedade civil organizada e organizações do terceiro setor. O assunto é complexo e depende da capacidade de entendimento entre os diversos “players” envolvidos. Ao que tudo indica, 2015 será recheado de desafios.
Dane Avanzi é empresário, advogado e vice-presidente da Aerbras – Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil – uma entidade sem fins lucrativos que reúne as associações dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O principal objetivo é integrar as empresas do setor e aumentar a projeção dos associados no mercado nacional, além de promover a radiocomunicação no Brasil em encontros, palestras, feiras e congressos.