Previsão da consultoria Frost & Sullivan diz ainda que telefonia fixa continuará a perder clientes, e a receita com serviços para empresas também tende a diminuir, uma vez que não está clara a superação da crise econômica e há um acirramento da competição com serviços OTTs.
A receita total do mercado de serviços de telecomunicações no Brasil deverá atingir US$ 45,76 bilhões em 2022, enquanto atingiu US$ 38 bilhões em 2016. Essa é a estimativa da consultoria Frost & Sullivan, que acaba de publicar um novo relatório sobre o setor.
Segundo a empresa, a receita do segmento residencial deverá ter a maior taxa de crescimento anual composto (CAGR): de 4,2% de 2016 a 2022. O segmento de pequenas e médias empresas (PME) terá um CAGR esperado de 0,5% negativo, e para o segmento de grandes empresas é projetado um CAGR de 3% negativo.
No que diz respeito ao tipo de serviços, a receita com banda larga fixa terá crescimento médio anual de 8,1%, enquanto o mercado de serviços de TV paga, móvel e comunicação de dados terão CAGR de 4,3%, 4,1% e 1,9%, respectivamente. A telefonia fixa vai continuar encolhendo, ao ritmo de 5,9% ao ano.
Os serviços não-voz, especialmente os dados móveis (3G e 4G), impulsionarão o crescimento do mercado na telefonia móvel. Já a receita de voz continuará a diminuir, enquanto os aparelhos e serviços de valor agregado (SVAs) deverão ter um CAGR de 17,9% e 16,3%, cada.
Visão
Segundo a Frost & Sullivan, a incerteza econômica, a carga tributária, o encurtamento de ciclos de tecnologia, a rentabilidade reduzida e a concorrência de substitutos digitais são fatores que freiam o crescimento do mercado de serviços de telecomunicações no Brasil, conforme a consultoria Frost & Sullivan.
A receita da maioria das empresas de telecomunicações está em declínio, mas as oportunidades podem ser encontradas em serviços não tradicionais. Para tirar proveito de tais oportunidades, as empresas de telecomunicações precisam avaliar estratégias e opções que se concentrem nas necessidades, inovação e transformação das empresas, que incluem indústrias inteligentes e conectadas, gerenciamento de processos de negócios (BPM), Big Data Analytics e Internet of Things (IoT).
“Em 2016, a crise econômica e a instabilidade política afetaram severamente o mercado. Na TV paga, onde o payback é longo, as operadores de Direct to Home (DTH) tornaram-se mais rigorosas com a análise de crédito para novas adições e, em paralelo, enfrentaram desconexões de famílias que reduzem o gasto doméstico devido à dificuldade econômica, reduzindo assim a base de clientes significativamente, bem como a receita. Da mesma forma, certas novas tecnologias e aplicações de serviços de voz, bem como o Multi-Protocol Label Switching (MPLS), foram altamente impactadas”, explica Carina Gonçalves, analista da indústria de transformação digital.
A concorrência disruptiva sobre os serviços tradicionais, a TV paga e a comunicação de dados é a principal preocupação para as empresas de telecomunicações. Os fornecedores over-the-top (OTT) são considerados a maior ameaça, com maior probabilidade de alterar cenários de demanda de clientes no futuro.
O avanço da concorrência direta e indireta no mercado de telecomunicações está impactando as taxas de crescimento da receita e a margem de lucratividade dos operadores tradicionais. No entanto, as empresas de telecomunicações também estão com dificuldade em monetizar os serviços de OTT, VAS e nuvem, enquanto tentam se afastar da tradicional conectividade e negócio de capacidade de dados.
“Para ter sucesso nesses serviços não tradicionais, as empresas devem repensar sua estrutura organizacional e o portfólio que eles oferecem aos seus clientes, concentrando-se em suas estratégias digitais e de inovação para reinventar as operações comerciais e permitir novos serviços”, acrescenta Gonçalves. (Com assessoria de imprensa)
Fonte: Redação tele.síntese
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