-Amauri Vargas
SÃO PAULO
Objeto de crítica no mercado devido a falhas nos serviços, o setor de telefonia no Brasil tem uma empresa cobiçada. A operadora GVT, braço da francesa Vivendi, desponta como líder na satisfação dos consumidores, conforme pesquisa da consultoria CVA Solutions, apresentada com exclusividade ao DCI.
O estudo indicou alta satisfação com a tele no mercado nacional, por conta de bons índices de performance na entrega do serviço, além do atendimento ao cliente mais satisfatório. E em meio ao resultado do levantamento, a empresa tem sofrido assédio de companhias líderes como a controladora da Telefônica Vivo, a espanhola Telefónica.
O setor, apesar de registrar sensível melhora entre os mais de quatro mil consumidores consultados, ainda tem imagem desgastada. Os entrevistados indicam que as empresas continuam entregando um serviço ruim. Contudo, o sócio diretor da CVA Solutions para América Latina, Sandro Cimatti, indica que após o desempenho ruim de 2000 até 2013, o setor tende a melhorar, a partir deste ano. “Uma tendência de queda na demanda vai elevar a qualidade de serviço das teles.”
Ainda em relação ao estudo, o nível do serviço se revela baixo também quando a análise das empresas não é coletiva. Entre 40 setores da economia brasileira, avaliados com notas de zero a dez, a área de telecomunicações ocupa as três últimas posições, cedendo apenas uma colocação para os planos de saúde.
Do 36º ao 40º lugar na pesquisa da CVA Solutions, estão ranqueados os segmentos de TV por assinatura, internet, planos de saúde e telefonias fixa e móvel. No setor de telefonia fixa, o destaque vai para o grupo Algar Telecom, que teve pontuação média. Apesar disso, a companhia é a única entre os players avaliados, que não tem presença nacional.
Baixa concorrência
Ontem, o DCI divulgou que o cenário de telefonia do Brasil não recebeu bem as últimas negociações que culminaram na compra da GVT pela Telefónica. Especialistas disseram que isso poderá causar um fatiamento da TIM. As operadoras voltadas a clientes empresariais são as mais receosas. Elas temem a baixa opção de concorrentes em um mercado com quatro grandes atores do setor – TIM, Vivo, Oi e Claro.
O vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Radiocomunicação (Aerbras), Dane Avanzi, declarou que somente a concorrência pode melhorar o mercado.
Avanzi faz coro com Sandro Cimatti, quando classifica o papel da agência reguladora do setor, a Anatel, como muito importante nos próximos anos. Para eles, o mercado vai amadurecer o cotidiano do tratamento ao cliente e os investimentos feitos ao longo dos últimos anos, vão mostrar resultados logísticos e estruturais, com equipamentos mais eficientes e capazes de atender completamente a demanda do mercado.
Fonte: http://www.dci.com.br/